And I could feel our days are becoming night
I could feel your heart beating across the grass
We should have run, I would go with you anywhere
I should have kissed you by the water
I still remember...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Temor
Temo que nos teus olhos
arda outro fogo
que não aquele que eu acendi.
Alexandra Malheiro
in Luz Vertical
arda outro fogo
que não aquele que eu acendi.
Alexandra Malheiro
in Luz Vertical
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Do not worry
Vou avançar na tua direcção,
não te movas,
estou certa que não te alcanço.
Alexandra Malheiro
in Luz Vertical
não te movas,
estou certa que não te alcanço.
Alexandra Malheiro
in Luz Vertical
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
FORTE como uma ventania
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Clarice Lispector
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Clarice Lispector
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Quero fazer isto A G O R A
Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção...
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer
coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo!
Álvaro de Campos
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer
coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo!
Álvaro de Campos
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
SER EU
Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...
Alberto Caeiro
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...
Alberto Caeiro
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Faltar-nos o estribo...
Também se pode
regressar sem partir. Não são apenas
os relógios que se atrasam, às vezes
é o próprio tempo. E todos
os cuidados são
então necessários. Há sempre
um comboio que rola
a nosso lado sem luzes
e sem freios. E pode
faltar-nos o estribo ou já
não haver lugar
na carruagem da frente.
Albano Martins
regressar sem partir. Não são apenas
os relógios que se atrasam, às vezes
é o próprio tempo. E todos
os cuidados são
então necessários. Há sempre
um comboio que rola
a nosso lado sem luzes
e sem freios. E pode
faltar-nos o estribo ou já
não haver lugar
na carruagem da frente.
Albano Martins
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
e juntos rasgávamos o vento
Dizias que eu tinha asas
E eu voava como um pássaro
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Dizias que eu era tua
E juntos rasgávamos o vento
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Mas agora, meu amor
O céu já não nos pertence
O vento rasga-nos por dentro
E o resto de tudo já não é de ninguém...
Ruth Ministro
in A minha nunvem
E eu voava como um pássaro
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Dizias que eu era tua
E juntos rasgávamos o vento
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Mas agora, meu amor
O céu já não nos pertence
O vento rasga-nos por dentro
E o resto de tudo já não é de ninguém...
Ruth Ministro
in A minha nunvem
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Morreria agora se mo pedisses
Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
esta perna é tua?, é teu este braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.
Eugénio de Andrade
e o amor contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
esta perna é tua?, é teu este braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
É
- É assim um sonho meio estúpido que eu tenho, mas você tem de ter algum sonho, né? Senão, a gente vive se deitando e acordando, sem razão pra lutar por coisa alguma, né mesmo?
- É.
Miguel Sousa Tavares
in Rio da Flores
- É.
Miguel Sousa Tavares
in Rio da Flores
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Percebes o que quero dizer?
Habituei-me a criar outras rotinas, outra maneira de fazer as coisas, outros pensamentos com que ocupar a cabeça, outras distrações para me esquecer da tua ausência. Descobri que a distância cria distância - e não sei se isso é bom ou mau. Se é uma forma de defesa passageira ou se é uma habituação para sempre. Percebes o que quero dizer?
Miguel Sousa Tavares
in Rio das Flores
Miguel Sousa Tavares
in Rio das Flores
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
se viesses agora...
Amar-te-ia se viesses agora
ou inclinasses
o teu rosto sobre o meu tão puro
e tão perdido,
ó vida.
Eugénio de Andrade
ou inclinasses
o teu rosto sobre o meu tão puro
e tão perdido,
ó vida.
Eugénio de Andrade
domingo, 29 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
my HEARTBEATS
Don't you know that I'll be around to guide you
Through your weakest moments to leave them behind you
Returning nightmares only shadows
We'll cast some light and you'll be alright for now
Through your weakest moments to leave them behind you
Returning nightmares only shadows
We'll cast some light and you'll be alright for now
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
queria(-te)
Para JARDIM te queria.
Te queria para GUME
ou o FRIO das espadas.
Te queria para LUME.
Para ORVALHO te queria
sobre as horas transtornadas.
Para a BOCA te queria.
Te queria para ENTRAR
e partir pela cintura.
Para BARCO te queria.
Te queria para ser
canção breve, CHAMA PURA.
Eugénio de Andrade
Te queria para GUME
ou o FRIO das espadas.
Te queria para LUME.
Para ORVALHO te queria
sobre as horas transtornadas.
Para a BOCA te queria.
Te queria para ENTRAR
e partir pela cintura.
Para BARCO te queria.
Te queria para ser
canção breve, CHAMA PURA.
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
BRAILE
Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
Nuno Júdice
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
Nuno Júdice
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Will you just look at me?
There are some mornings when the sky looks like a road
There are some dragons who were built to have and hold
And some machines are dropped from great heights lovingly
and some great bellies ache with many bumblebees
(and they sting so terribly)
Joanna Newsom
There are some dragons who were built to have and hold
And some machines are dropped from great heights lovingly
and some great bellies ache with many bumblebees
(and they sting so terribly)
Joanna Newsom
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
ADIVINHA
Que é, o que é?
Tem cara de santo
Tem cheiro de santo
Tem força de santo
Mas santo não é!
Ninguém adivinha?
Não sabe o que é?
Tem artes do diabo
Tem manhas do diabo
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é!
- Tem cara de santo...
Tem cheiro de santo...
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é?
Deus não me perdoe
Um raio me cegue
O diabo me leve
Si não for muié!
Martins d'Alvarez
Tem cara de santo
Tem cheiro de santo
Tem força de santo
Mas santo não é!
Ninguém adivinha?
Não sabe o que é?
Tem artes do diabo
Tem manhas do diabo
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é!
- Tem cara de santo...
Tem cheiro de santo...
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é?
Deus não me perdoe
Um raio me cegue
O diabo me leve
Si não for muié!
Martins d'Alvarez
domingo, 22 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
as coisas mais simples
Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida. Porém, se
nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos
nos empurrou para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras. Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora
no teu ombro, forçando uma aproximação
dos lábios.
Nuno Júdice
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida. Porém, se
nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos
nos empurrou para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras. Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora
no teu ombro, forçando uma aproximação
dos lábios.
Nuno Júdice
terça-feira, 17 de novembro de 2009
TO KEEP YOU SATISFIED
Things have gotten closer to the sun
And I've done things in small doses
So don't think that I'm pushing you away
When you're the one that I've kept closest.
The Xx
And I've done things in small doses
So don't think that I'm pushing you away
When you're the one that I've kept closest.
The Xx
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
NOVO DIA
Estou aqui construindo o novo dia
com uma expressão tão branda e descuidada
que dir-se-ia
não estar fazendo nada.
E, contudo, estou aqui construindo o novo dia.
Porque o dia constrói-se; não se espera.
Não é sol que deflagre num improviso de luz.
É um orfeão de vozes surdas, um arfar de troncos nus,
o erguer, a uma só voz, dos remos da galera.
António Gedeão
com uma expressão tão branda e descuidada
que dir-se-ia
não estar fazendo nada.
E, contudo, estou aqui construindo o novo dia.
Porque o dia constrói-se; não se espera.
Não é sol que deflagre num improviso de luz.
É um orfeão de vozes surdas, um arfar de troncos nus,
o erguer, a uma só voz, dos remos da galera.
António Gedeão
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
ABRAÇO
Abraço o vento e piso uma poça de água
com pequenas gotículas de sonhos desfeitos em
matérias embriagadas.
SE VOCê FOSSE UMA ESTRELA FICARIA CADENTE ETERNAMENTE?
Agarro numa vontade física e entro no quarto da força
recompensada.
Já venho!
Miguel Nascimento
in Botas de pêlo, Corpo de seda
com pequenas gotículas de sonhos desfeitos em
matérias embriagadas.
SE VOCê FOSSE UMA ESTRELA FICARIA CADENTE ETERNAMENTE?
Agarro numa vontade física e entro no quarto da força
recompensada.
Já venho!
Miguel Nascimento
in Botas de pêlo, Corpo de seda
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
CHUVA APAIXONADA
E eu desejaria levantar-me levemente
sobre as paisagens que se enchem de chuva
apaixonada.
Desejaria estar em cima, no meio da alegria,
e abrir os dedos tão devagar que ninguém sentisse
a melancolia da minha inocência.
Herberto Helder
sobre as paisagens que se enchem de chuva
apaixonada.
Desejaria estar em cima, no meio da alegria,
e abrir os dedos tão devagar que ninguém sentisse
a melancolia da minha inocência.
Herberto Helder
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
QUEBRA-TE!
PARTE-TE contra a parede,
Coração que ninguém quer!
Alma com fome e com sede
Só do que não pode haver.
O que te há-de suceder?
Cai no lixo e fica lá,
Anseio que és somente
De ir buscar o que não há
Onde os não hás não são gente!
QUEBRA-TE, coisa que sente!
Fernando Pessoa
Coração que ninguém quer!
Alma com fome e com sede
Só do que não pode haver.
O que te há-de suceder?
Cai no lixo e fica lá,
Anseio que és somente
De ir buscar o que não há
Onde os não hás não são gente!
QUEBRA-TE, coisa que sente!
Fernando Pessoa
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Sou fácil de definir
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isso com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Alberto Caeiro
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isso com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Alberto Caeiro
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
esqueceste?
mas tu esqueceste muita coisa.
esqueceste que as minhas pernas cresceram
que todo o meu corpo cresceu
e até o meu coração ficou enorme...
(...)
eu saí da moldura
e dei às aves os meus olhos a beber.
Eugénio de Andrade
excerto do poema Poema à mãe
esqueceste que as minhas pernas cresceram
que todo o meu corpo cresceu
e até o meu coração ficou enorme...
(...)
eu saí da moldura
e dei às aves os meus olhos a beber.
Eugénio de Andrade
excerto do poema Poema à mãe
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Espantosa realidade das coisas
A espantosa realidade das coisa
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícl explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta
Basta existir para se ser completo.
Alberto Caeiro
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícl explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta
Basta existir para se ser completo.
Alberto Caeiro
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
FAZ
Quanto faças, supremamente faze.
Mais vale, se a memória é quanto temos,
Lembrar muito que pouco.
E se o muito no pouco te é possível,
Mais ampla liberdade de lembrança
Te tornará dono.
Ricardo Reis
Mais vale, se a memória é quanto temos,
Lembrar muito que pouco.
E se o muito no pouco te é possível,
Mais ampla liberdade de lembrança
Te tornará dono.
Ricardo Reis
COISA SIMPLES
Tua morte, como todas as outras, foi simples.
É coisa simples a morte. Dói, depois sossega.
Vinícius de Moraes
É coisa simples a morte. Dói, depois sossega.
Vinícius de Moraes
terça-feira, 3 de novembro de 2009
mãos sujas de restos de amor
foi com as mãos sujas de restos de amor que estiquei uma madrugada. quando digo a palavra madrugada também sinto um esticão no coração. se agora abuso muito das madrugadas é porque cada uma delas tem restos de amor que eu sempre vou perdendo [...] a palvra amor pode ser um labirinto com mais de catorze lados avessos. depois de esticar uma madrugada encosto a madrugada na minha pele e espero. a pele gosta de ser esculpida de novo muitas vezes na vida.
Ondjaki
in Materiais para confecção de um espanador de tristezas
Ondjaki
in Materiais para confecção de um espanador de tristezas
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
SOS
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia que tu sabes qual é.
Alberto Caeiro
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia que tu sabes qual é.
Alberto Caeiro
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Rule my world
Only someone who's morally superior can possibly and honestly deserve to rule my world.
Kings of Convenience
Kings of Convenience
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
JÁ NÃO PENSO MAIS EM TI
Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mário Quintana
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mário Quintana
terça-feira, 27 de outubro de 2009
ACEITAÇÃO
É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos.
É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano
E assistir, lá no fundo, ao nascimeno mudo das formas,
que desejar que apareças, criando como teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança.
Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar,
nem tu.
Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.
Cecília Meireles
in Antologia Poética
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos.
É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano
E assistir, lá no fundo, ao nascimeno mudo das formas,
que desejar que apareças, criando como teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança.
Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar,
nem tu.
Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.
Cecília Meireles
in Antologia Poética
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
...conservar a virgindade do olhar
http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/grande_entrevista/?k=1-parte-do-Grande-Entrevista-de-2009-10-22.rtp&post=4111
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Norris....Chuck Norris
Never look Chuck Norris in the eyes...
the dinosaurs mad that mistake once and only once.
the dinosaurs mad that mistake once and only once.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Saber que existes...
É isto, porém, que faz com que a solidão
não seja mais do que um lugar comum
saber que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me responda
quando, uma vez mais te chamo.
Nuno Júdice
não seja mais do que um lugar comum
saber que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me responda
quando, uma vez mais te chamo.
Nuno Júdice
terça-feira, 20 de outubro de 2009
a tua mão contra a minha boca...
estende a tua mão contra a minha boca e respira,
e sente como respiro contra ela,
e sem que eu nada diga,
sente a trémula, tocada coluna de ar
a sorvo e sopro,
ó
táctil, ininterrupta,
e a tua mão sinta contra mim
quanto aumenta o mundo
Herberto Helder
e sente como respiro contra ela,
e sem que eu nada diga,
sente a trémula, tocada coluna de ar
a sorvo e sopro,
ó
táctil, ininterrupta,
e a tua mão sinta contra mim
quanto aumenta o mundo
Herberto Helder
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
UM
Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.
Enquando não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.
Fernando Pessoa
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.
Enquando não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.
Fernando Pessoa
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Não sei como dizer-te
Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando (...)
estremeces como um pensamento chegado.
(...)
- eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando (...)
estremeces como um pensamento chegado.
(...)
- eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Saudade?
Tenho comigo
Duas saudades:
Um amor, um amigo;
Mas não são verdades.
Nenhuma me foi
Dada nesta vida,
Mas qualquer me dói
Só porque me é sentida.
Dói? Não sei. Parece...
Se até o que existe
E magoa esquece,
É poema o ser triste.
Fernando Pessoa
Duas saudades:
Um amor, um amigo;
Mas não são verdades.
Nenhuma me foi
Dada nesta vida,
Mas qualquer me dói
Só porque me é sentida.
Dói? Não sei. Parece...
Se até o que existe
E magoa esquece,
É poema o ser triste.
Fernando Pessoa
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
atravesso os teus olhos...
Um barco atravessou os teus olhos,
levando um porão de sonhos para o porto
do infinito.
Nuno Júdice
levando um porão de sonhos para o porto
do infinito.
Nuno Júdice
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
NÃO
NÃO me dêem fórmulas certas, porque eu NÃO espero acertar sempre.NÃO me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração! NÃO me façam ser o que NÃO sou, NÃO me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! NÃO sei amar pela metade, NÃO sei viver de mentiras, NÃO sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza NÃO serei a mesma pra sempre.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Your face is all wet...
Para falar a verdade, nunca estive tão bem.
Por quê? Não quero saber por quê.
Clarice Lispector
Por quê? Não quero saber por quê.
Clarice Lispector
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ESPAÇO
(...)
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço
-terra, água, nuvens, rios e o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência das fontes.
Nuno Júdice
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço
-terra, água, nuvens, rios e o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência das fontes.
Nuno Júdice
domingo, 4 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
luzimos de um para o outro...
Tu és o nó de sangue que me sufoca.
Dormes na minha insónia como o aroma entre tendões
da madeira fria. És uma faca cravada na minha
vida secreta. E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro
nas trevas.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
Dormes na minha insónia como o aroma entre tendões
da madeira fria. És uma faca cravada na minha
vida secreta. E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro
nas trevas.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Pedem TANTO a quem ama
Há sempre uma noite terrível para quem se despede
do esquecimento.
(...)
Pedem tanto a quem ama: pedem
o amor. Ainda pedem
a solidão e a loucura.
(...)
Porque não haverá paz para aquele que ama.
Seu ofício é incendiar povoações, roubar
e matar,
e alegrar o mundo, e aterrorizar,
e queimar os lugares reticentes do mundo.
(...)
Porque aquele que ama nasce e morre.
Vive nele o fim espalhado da terra.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
do esquecimento.
(...)
Pedem tanto a quem ama: pedem
o amor. Ainda pedem
a solidão e a loucura.
(...)
Porque não haverá paz para aquele que ama.
Seu ofício é incendiar povoações, roubar
e matar,
e alegrar o mundo, e aterrorizar,
e queimar os lugares reticentes do mundo.
(...)
Porque aquele que ama nasce e morre.
Vive nele o fim espalhado da terra.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Vestir roupa lavada em corpo de alma suja
hoje foi assim...
Tindersticks - The other side of the world
Tindersticks - The other side of the world
terça-feira, 29 de setembro de 2009
o CASAMENTO pelo CIRC
artº 58º, nº4 do CIRC
Considera-se que existem relações especiais entre duas entidades nas situações em que uma tem o poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influência significativa nas decisões de gestão da outra...
...e não é tudo poesia?
Considera-se que existem relações especiais entre duas entidades nas situações em que uma tem o poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influência significativa nas decisões de gestão da outra...
...e não é tudo poesia?
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
OFFline
Minha alma é talvez qualquer cousa
Como essa máquina errada.
É complicada, é caprichosa,
E não serve de nada.
Fernando Pessoa
Como essa máquina errada.
É complicada, é caprichosa,
E não serve de nada.
Fernando Pessoa
sábado, 26 de setembro de 2009
VICTORIOUS
You will not force me
You will stop degrading me
You will not control me
I WILL BE VICTORIOUS
You will stop degrading me
You will not control me
I WILL BE VICTORIOUS
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
DEITO cá p'ra fora
Porque não sei SER sem (te) sentir
Porque trago à flor dos lábios
todo o pulsar do coração da Terra e
NENHUMA
da esperança
Porque trago à flor dos lábios
todo o pulsar do coração da Terra e
NENHUMA
da esperança
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Adeus
Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou, se preferes, minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve - e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.
Como se a noite se viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
Digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou, se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.
Eugénio de Andrade
in As palavras interditas
escurecendo os teus cabelos,
ou, se preferes, minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve - e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.
Como se a noite se viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
Digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou, se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.
Eugénio de Andrade
in As palavras interditas
terça-feira, 22 de setembro de 2009
...porque a vida é nada
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe d e m o r a d a m e n t e,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
DÁ-ME MAIS VINHO PORQUE A VIDA É NADA
Fernando Pessoa
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe d e m o r a d a m e n t e,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
DÁ-ME MAIS VINHO PORQUE A VIDA É NADA
Fernando Pessoa
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
ESCUTO
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
Sophia de Mello Breyner
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
Sophia de Mello Breyner
domingo, 20 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
pergunta
...pergunto, quem AMA ATÉ PERDER O NOME?
Herberto Helder
in Ofício Cantanto (do poema Canção Despovoada)
Herberto Helder
in Ofício Cantanto (do poema Canção Despovoada)
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
BILHETE
Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,
.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.
Mário Quintana
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,
.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.
Mário Quintana
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
...
But something happened it’s so strange this feeling
Naive notions that were childish
Simple tunes that tried to hide it
BUT WHEN IT COMES
We all fall in love sometimes
Didn’t we? did we? should we? could we?
I’m not sure but sometimes we’re so blind
Struggling through the day
When even your best friends say
Don’t you find?
We all fall in love sometimes
Elton John
Naive notions that were childish
Simple tunes that tried to hide it
BUT WHEN IT COMES
We all fall in love sometimes
Didn’t we? did we? should we? could we?
I’m not sure but sometimes we’re so blind
Struggling through the day
When even your best friends say
Don’t you find?
We all fall in love sometimes
Elton John
terça-feira, 15 de setembro de 2009
I will possess your heart
How I wish you could see the potential,
the potential of you and me
It's like a book elegantly bound,
but in a language that you can't read
You gotta spend some time-love,
you gotta spend some time with me
And I know that you'll find-love,
I WILL POSSESS YOUR HEART
Death cab for cutie
the potential of you and me
It's like a book elegantly bound,
but in a language that you can't read
You gotta spend some time-love,
you gotta spend some time with me
And I know that you'll find-love,
I WILL POSSESS YOUR HEART
Death cab for cutie
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Dir-te-ei
Dir-te-ei que os meus dias foram os teus dias o teu leito o meu leito
o teu corpo este mar
Dir-te-ei que há uma rosa oculta num jardim e que ela é uma e
outra como nós fomos
estas pétalas são os teus olhos fechados
são as ondas por onde sopra o vento e nasce a cor da aurora e o grito
gelado das coisas
Dir-te-ei foi agora
cintilante mortal contado a fogo
e breve
rigoroso
Mário Cesariny
in Uma Grande Razão
o teu corpo este mar
Dir-te-ei que há uma rosa oculta num jardim e que ela é uma e
outra como nós fomos
estas pétalas são os teus olhos fechados
são as ondas por onde sopra o vento e nasce a cor da aurora e o grito
gelado das coisas
Dir-te-ei foi agora
cintilante mortal contado a fogo
e breve
rigoroso
Mário Cesariny
in Uma Grande Razão
domingo, 13 de setembro de 2009
sábado, 12 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Das UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ORA!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Ladies and Gentlemen... Mr. Chuck Norris
Chuck Norris doesn't read books. He stares them down until he gets the information he wants.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Vivo a valer
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
Fernando Pessoa
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
Fernando Pessoa
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
(RE)COMEÇO...sim, eu!
recomeçar, v. tr. começar novamente. (De re + começar).
começar, v. tr. dar começo a; principiar; encetar; intr. ter começo; originar-se. (Do lat. cominitiáre, «id.», do lat. initiáre, «iniciar»).
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
(...)
Enquanto não alcances
NÃO DESCANSES.
Miguel Torga
começar, v. tr. dar começo a; principiar; encetar; intr. ter começo; originar-se. (Do lat. cominitiáre, «id.», do lat. initiáre, «iniciar»).
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
(...)
Enquanto não alcances
NÃO DESCANSES.
Miguel Torga
sábado, 5 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Yes, I can FLY!
Aprendemos a voar quando deixamos de ter medo dos raios de sol que fazem tombar o ferro das espadas e quando deixamos de ter medo de ver solidão nos olhos e de perceber o que é estar triste e não ter mais medo de pensar nisso.
Aprendemos a voar qunado desacertamos o relógio das palavras e nos lançamos sem medo dos muros que vamos encontrar e dos saltos possíveis para morrer antes que seja madrugada.
José Fernando Lobo
in No chão das Palavras
Aprendemos a voar qunado desacertamos o relógio das palavras e nos lançamos sem medo dos muros que vamos encontrar e dos saltos possíveis para morrer antes que seja madrugada.
José Fernando Lobo
in No chão das Palavras
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
RELAX
Relax don't do it
When you want to to go to it
(...)
But shoot it in the right direction
Make making it your intention
Live those dreams
Frankie Goes to Hollywood
When you want to to go to it
(...)
But shoot it in the right direction
Make making it your intention
Live those dreams
Frankie Goes to Hollywood
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Loucura
...e gostaria
que o meu coração
entontecesse l e n t a m e n t e, que o meu coração
c
a
í
s
s
e
numa espécie de extática e sagrada LOUCURA.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
que o meu coração
entontecesse l e n t a m e n t e, que o meu coração
c
a
í
s
s
e
numa espécie de extática e sagrada LOUCURA.
Herberto Helder
in Ofício Cantante
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Importa o quê?
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício.
Mário Cesariny
(do poema Pastelaria)
e cair verticalmente no vício.
Mário Cesariny
(do poema Pastelaria)
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
E por vezes as noites DURAM MESES
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
in 306 Poemas que falam de Amor
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
in 306 Poemas que falam de Amor
domingo, 30 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Foi por VONTADE de Deus?
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade.
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão.
CORAÇÃO INDEPENDENTE
CORAÇÃO QUE NÃO COMANDO
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando.
Eu não te acompanho mais
PÁRA, DEIXA DE BATER
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr.
Amália Rodrigues
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade.
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão.
CORAÇÃO INDEPENDENTE
CORAÇÃO QUE NÃO COMANDO
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando.
Eu não te acompanho mais
PÁRA, DEIXA DE BATER
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr.
Amália Rodrigues
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
O frade e a fraude
Confrade do sim, o frade
se cansou de tanta oração,
e, errando, acertou na vida,
fez-se compadre do não.
Almejou, então, em braseiro
errar todo, de corpo inteiro,
vadiar até perder o missal
e ousar até o pecado imortal.
Desejou não apenas a porção
mas a vida sem proporção
e sonhou exercer-se macho
inclinar todo seu cacho
em mulher de travesseiro
tendo feitiço e sendo feiticeiro.
Agora, sem reza, a si mesmo se reveza
e provando que só o morto não peca
o frade esgotado de benzer
inventou, enfim, o bom ser.
Mia Couto
in idades cidades divindades
se cansou de tanta oração,
e, errando, acertou na vida,
fez-se compadre do não.
Almejou, então, em braseiro
errar todo, de corpo inteiro,
vadiar até perder o missal
e ousar até o pecado imortal.
Desejou não apenas a porção
mas a vida sem proporção
e sonhou exercer-se macho
inclinar todo seu cacho
em mulher de travesseiro
tendo feitiço e sendo feiticeiro.
Agora, sem reza, a si mesmo se reveza
e provando que só o morto não peca
o frade esgotado de benzer
inventou, enfim, o bom ser.
Mia Couto
in idades cidades divindades
Hoje é assim
DEVE CHAMAR-SE TRISTEZA
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa,
Que nem chora nem deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos cheias de pó.
Fernando Pessoa
in Poesia do Eu
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa,
Que nem chora nem deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos cheias de pó.
Fernando Pessoa
in Poesia do Eu
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Beijo
Os teus lábios parados eram a noite, o abismo
e o silêncio das ondas paradas de encontro às
rochas. O teu rosto dentro das minhas mãos.
Os meus dedos sobre os teus lábios e a ternura,
como o horizonte, debaixo dos meus dedos.
Os teus olhos entreabertos, os teus olhos e os
teus lábios a aproximarem-se dos meus lábios
a aproximarem-se dos teus lábios a aproximarem-se
dos meus lábios, teus lábios.
José Luís Peixoto
in Gaveta de Papéis
e o silêncio das ondas paradas de encontro às
rochas. O teu rosto dentro das minhas mãos.
Os meus dedos sobre os teus lábios e a ternura,
como o horizonte, debaixo dos meus dedos.
Os teus olhos entreabertos, os teus olhos e os
teus lábios a aproximarem-se dos meus lábios
a aproximarem-se dos teus lábios a aproximarem-se
dos meus lábios, teus lábios.
José Luís Peixoto
in Gaveta de Papéis
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Espero
No ponto onde o silêncio e a solidão
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem esperava em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio.
Sophia de Mello Breyner Andressen
in Poesia
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem esperava em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio.
Sophia de Mello Breyner Andressen
in Poesia
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Sem ti
E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.
Eugénio de Andrade
in Poesia
É um silêncio sem ti,
sem álamos
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.
Eugénio de Andrade
in Poesia
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Desejo de repetição
O tempo humano não anda em círculos, mas avança em linha recta.
Por isso o homem não pode ser feliz: A FELICIDADE É O DESEJO DE REPETIÇÃO.
Milan Kundera
in A insustentável leveza do ser
Por isso o homem não pode ser feliz: A FELICIDADE É O DESEJO DE REPETIÇÃO.
Milan Kundera
in A insustentável leveza do ser
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
FIX YOU
When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse.
(...)
Lights will guide you home
And ignite your bones
AND I WILL TRY TO FIX YOU.
ColdPlay
(Fix You)
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse.
(...)
Lights will guide you home
And ignite your bones
AND I WILL TRY TO FIX YOU.
ColdPlay
(Fix You)
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Eu, eu mesmo...
Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.—
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...
Álvaro de Campos
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.—
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...
Álvaro de Campos
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Versos do Prisioneiro (2)
Não é de amor que careço.
Sofro apenas
da memória de ter amado.
O que mais me dói,
porém,
é a condenação
de um verbo sem futuro.
AMAR.
Mia Couto
in idades cidades divindades
Sofro apenas
da memória de ter amado.
O que mais me dói,
porém,
é a condenação
de um verbo sem futuro.
AMAR.
Mia Couto
in idades cidades divindades
domingo, 16 de agosto de 2009
The beggining
you came to this world
to see what i've done
and it's fine
so come and let's START
i'll give you all my heart
this time
Rita Redshoes
(The beggining song)
to see what i've done
and it's fine
so come and let's START
i'll give you all my heart
this time
Rita Redshoes
(The beggining song)
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