E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue o teu.
Mia Couto
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
pois dói
Quero dizer-te uma coisa simples:
a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma;
mas que não deixa, por isso,
de deixar alguns sinais -
um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos.
Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor,
podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples
também podem ser complicadas,
quando nos damos conta da diferença entre
o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória;
e a realidade aproxima-me de ti,
agora que os dias correm mais depressa,
e as palavras ficam presas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim -
e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.
Nuno Júdice
a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma;
mas que não deixa, por isso,
de deixar alguns sinais -
um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos.
Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor,
podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples
também podem ser complicadas,
quando nos damos conta da diferença entre
o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória;
e a realidade aproxima-me de ti,
agora que os dias correm mais depressa,
e as palavras ficam presas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim -
e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.
Nuno Júdice
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Precisava da tua sombra sobre a minha sombra
Precisava falar-te ao ouvido
De manter sobre a rodilha do silêncio
A escrita.
Precisava dos teus joelhos. Da tua porta aberta.
Da indigência. E da fadiga.
Da tua sombra sobre a minha sombra
E da tua casa
E do chão.
Daniel Faria
in Poesia
De manter sobre a rodilha do silêncio
A escrita.
Precisava dos teus joelhos. Da tua porta aberta.
Da indigência. E da fadiga.
Da tua sombra sobre a minha sombra
E da tua casa
E do chão.
Daniel Faria
in Poesia
domingo, 18 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
enxugar os olhos por rever-te
Se o regresso abrir o pesponto
Da nossa boca fechada
Se o silêncio for quebrado
Por chamar-te
E se enxugar os olhos por rever-te
Daniel Faria
in Poesia, excerto do poema O regresso dos rios da Babilónia
Da nossa boca fechada
Se o silêncio for quebrado
Por chamar-te
E se enxugar os olhos por rever-te
Daniel Faria
in Poesia, excerto do poema O regresso dos rios da Babilónia
terça-feira, 13 de abril de 2010
Fundo do mar
Quero ver
o fundo do mar
esse lugar
de onde se desprendem as ondas
e se arrancam
os olhos aos corais
e onde a morte beija
o lívido rosto dos afogados
Quero ver
esse lugar
onde se não vê
para que
sem disfarce
a minha luz se revele
e nesse mundo
descubra a que mundo pertenço
Mia Couto
in Raiz de Orvalho e outros poemas
o fundo do mar
esse lugar
de onde se desprendem as ondas
e se arrancam
os olhos aos corais
e onde a morte beija
o lívido rosto dos afogados
Quero ver
esse lugar
onde se não vê
para que
sem disfarce
a minha luz se revele
e nesse mundo
descubra a que mundo pertenço
Mia Couto
in Raiz de Orvalho e outros poemas
segunda-feira, 12 de abril de 2010
TAKE ME HOME
Um barco atravessou os teus olhos,
levando um porão de sonhos para o porto
do infinito.
Nuno Júdice
levando um porão de sonhos para o porto
do infinito.
Nuno Júdice
quinta-feira, 8 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Sabe?
Também sei das coisas por estar vivendo.
Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe.
Clarice Lispector
Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe.
Clarice Lispector
terça-feira, 6 de abril de 2010
domingo, 4 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)