Sopra um vento entre mim e ti
nascido como todos
quando escavávamos dentro de nós
escavando a distância
foi já tempestade fechada em nevoeiro
hoje é apenas brisa
afrouxada na distância
recebo esse sopro suave como uma carícia
de quem ao largo me acena
enquanto parte
sempre entre nós um vento
ar com que te respiro
enquanto o longe nos escava
a distância.
Ana Viana
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
para perder o medo...
Para atravessar contigo o deserto do mundo,
para enfrentarmos juntos o terror da morte,
para ver a verdade, para perder o medo,
ao lado dos teus passos caminhei.
Por ti, deixei meu reino meu segredo,
minha rápida noite, meu silêncio,
minha pérola redonda e seu oriente,
meu espelho, minha vida, minha imagem,
e abandonei os jardins do paraíso.
Cá fora, à luz sem véu do dia duro,
sem os espelhos vi que estava nua
e ao descampado se chamava tempo.
Por isso, com teus gestos me vestiste
e aprendi a viver em pleno vento…
Sophia de Mello Breyner
para enfrentarmos juntos o terror da morte,
para ver a verdade, para perder o medo,
ao lado dos teus passos caminhei.
Por ti, deixei meu reino meu segredo,
minha rápida noite, meu silêncio,
minha pérola redonda e seu oriente,
meu espelho, minha vida, minha imagem,
e abandonei os jardins do paraíso.
Cá fora, à luz sem véu do dia duro,
sem os espelhos vi que estava nua
e ao descampado se chamava tempo.
Por isso, com teus gestos me vestiste
e aprendi a viver em pleno vento…
Sophia de Mello Breyner
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Quem dera...
Quem dera que houvesse
Um estado não perfeitamente interior para a alma,
Um objectivismo com guizos imóveis à roda de em mim...
A impossibilidade de tudo quanto eu não chego a sonhar
Dói-me por detrás das costas da minha consciência de sentir...
Fernando Pessoa
excerto do poema A casa branca nau preta
Um estado não perfeitamente interior para a alma,
Um objectivismo com guizos imóveis à roda de em mim...
A impossibilidade de tudo quanto eu não chego a sonhar
Dói-me por detrás das costas da minha consciência de sentir...
Fernando Pessoa
excerto do poema A casa branca nau preta
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