terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

o vento foi manso

fui a vela, o mastro,
o remo do dia.
em mim naveguei
não na calma
pretendida
mas no mar aleatório que se impôs.
rumo solto
em solto rum,
pirata em mim
vi nitidamente em que porto
adormecer.
e se meu barco, revolto,
me não levasse já, lá,
então em sonhos eu seguiria.
mas o vento foi manso
a água esteira
certeira
para o porto em que ainda repouso.

cheguei.

Ondjaki
in Acto Sanguíneo

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